Factos
No meio da algazarra argumentativa e das discussões mais ou menos acesas, convém não perder de vista alguns factos, conhecidos e de fácil comprovação.
1. Não há, nas prisões portuguesas, nenhuma mulher presa por prática de aborto realizado nas primeiras dez semanas de gravidez.
2. Nos últimos dados oficiais, não se regista nenhuma morte derivada da prática de aborto.
3. Nos países onde se liberalizou o aborto, não se registou uma diminuição do número de abortos. Pelo contrário.
Não é apenas sobre isto que se discute, mas é bom não esquecer isto quando se discute.
17 Comments:
1. Não há, nas prisões portuguesas, nenhuma mulher presa por prática de aborto realizado nas primeiras dez semanas de gravidez.
R: Aliás não há nenhuma mulher presa realmente a não ser aquelas que de livre iniciativa se deixam prender, e se houve-se ela e o seu aborto, como chamam os indefinidos, não seria só nas primeiras 10 semanas mas para sempre. E porque. Porque damos demasiada importância a nós, e a nós enquanto conceito, antes ou depois de sermos, mas eu entendo. AGORA AQUELES QUE SÃO PELO NÃO DEVIA FAZER O ESFORÇO SUPRA HUMANO DE JAMAIS ABORTAR, se me faço entender.
2. Nos últimos dados oficiais, não se regista nenhuma morte derivada da prática de aborto.
R: Quase morri de desgosto uma vez, mas não morri.
3. Nos países onde se liberalizou o aborto, não se registou uma diminuição do número de abortos. Pelo contrário.
Não é apenas sobre isto que se discute, mas é bom não esquecer isto quando se discute.
R: O abortar menos ou mais penso que não devia ser uma forma de competição, apesar de ser uma modalidade amadora, aliás acho que Deus, o ou o todo em nós onde nos escapa mas continuamos a ter esperança quando sentimos, fala através de nós de diferentes maneiras sobre este mesmo tema, o aborto.
Nota: não me vejo a abortar, mas também, não me vejo a abortar a esperança de algumas mulheres com manifestos políticos e conceituais a favor do não.
O argumento da diminuição do número de abortos é interessante. Naturalmente que uma despenalização sem mais dificilmente poderá reduzir o número de abortos. É óbvio que a penalização desmotiva muita gente (que passaria a fazer abortos se houvesse despenalização) e não se vê como é que alguém que hoje se propõe fazer um aborto (mesmo ilegal) deixaria de o fazer por haver despenalização.
A menos que a despenalização servisse como modo de trazer as mulheres com intenção de abortar para serviços muito bem preparados para lhes fornecer o apoio adequado a incentivá-las a não abortar.
O Estado deveria assumir o aborto como um mal grave e poderia propor um sistema em três passos:
1. Se quer abortar dirija-se aos nossos serviços.
2. Aqui propomos-lhe múltiplos meios e apoios para a ajudar a manter a sua vida organizada e para assegurar o futuro do seu filho.
3. Se optar por não abortar garantimos que tem tudo o que lhe foi prometido em 2. Se ainda assim quiser abortar o aborto pode ser feito sem penalização e num estabelecimento autorizado (mais barato que no sistema clandestino mas ainda assim pago pela mãe).
Talvez com um sistema claramente empenhado em evitar os abortos a despenalização pudessse reduzir o seu número. Sem isso apenas é de esperar um aumento significativo do total de abortos realizados em Portugal.
Como o que se propõe no referendo é apenas que o Estado facilite muito o aborto sem o desincentivar de nenhum modo, opto por votar não.
Neste pais fala-se do estado como se este entidade a cima de nós. Tira-se um da sua condição.
Mas isto é intelectual. Caridade intelectual, a um na sua condição.
É tão bom ver um filho querido, o correio da manhã não o posso ver está cheio de agressões sexuais a bebes.
Se calhar o estado também podia fazer alguma coisa em relação a isto, entrar dentro de todas a casas e estar ai 2 semanas a fazer testes às famílias para ver se os seus hábitos sexuais se regem pela regra e são saudáveis.
Os mesmos que não deixam o dogma e tem sobre ele uma formulação perfeccionista conservadora, na hora da esquizofrenia, do embate com a realidade...
Em nome do amor à espécie, dogma, cisa-se o cérebro, e nunca mais o que o outro está a sentir a sua problemática, é uma responsabilidade,
Pois é, não nos esqueçamos dos factos. O problema das campanhas é que falta, muitas vezes, coerência.
beijos em Cristo
O que quer dizer que a actual lei penal não é cumprida e que não tem nenhuma eficácia na prevenção do aborto.
Porque manter uma lei que ninguém cumpre, que ninguém quer cumprir, que ninguém quer ver cumprida?
Ou seja a sociedade já despenalizou efectivamente o aborto.
Mas os julgamentos existem..
Caro Anónimo da 2.06AM
É bom ter estes dados presentes na discussão, perantes argumentos que os igmoram ou falseiam. Só isso.
CA,
Essa é uma posição de razoabilidade. Mas, de facto, o que se pretende está muito longe disso.
Anónimo das 4.03 AM
Lamento, mas parece-me que não entendi os seus argumentos.
Maria João,
Pois é... :)
Bluesmile,
Não entendo as coisas assim.
E não... não há julgamentos. Os poucos que houve e que foram aproveitados para espalhafato mediático, tinham no banco dos réus mulheres que abortaram muito depois das dez semanas. O que continuará a ser crime penalizável, no quadro da lei proposta...
Bluesmile
A sociedade, há oito anos atrás, não quis despenalizar o aborto. Agora, em Fevereiro vamos ver se muda de opinião. Inferições, sondagens, etc, são menos eficazes, na minha opinião, do que consulta directa aos cidadãos.
Não houve condenações porque ou não se provou os factos imputados ou foram consideradas atenuantes. Os juízes limitam-se a cumprir a Lei.
Quanto aos julgamentos, alerto-a para que, mesmo que o Sim saia vencedor do referendo, continuarão a existir. Abortos feitos após as 10 semanas permanecerão crimes.
Manuel said...
Anónimo das 4.03 AM
Lamento, mas parece-me que não entendi os seus argumentos.
Aqui vai a explicação dos argumentos:
É tão bom ver um filho querido pelos pais, mas ao contrário o correio da manhã não o posso ver está cheio de agressões sexuais a bebes.
Aqui existem dois tempos, um antes e um depois, não digo na vida de quem consulta este blog, mas na vida de alguém que poderia ter dois instantes decisórios, SIM e NÃO.
1- Nós não deixamos o dogma e temos sobre ele uma formulação perfeccionista conservadora, na hora da esquizofrenia, do embate com a realidade, dizemos NÃO, de uma maneira convincente, demasiado sem suor.
2- Em nome do amor à espécie, dogma, cisamos o cérebro, e nunca mais o que o outro está a sentir a sua problemática, é uma responsabilidade; porem alertados que estamos para que mesmo que o não saia vencedor do referendo continuaram a existir abortos, retesamos a musculatura afirmativamente lembrando os bons momentos e as lágrimas; SIM.
20:48
Não é ser só preso que interessa. Ser acusado, ver um assunto íntimo como o aborto julgado num tribunal aberto, é já em si psicologicamente violento para a mulher.
Não é só morrer devido a um aborto clandestino que interessa. Ter problemas de saúde provocados por ele também interessa.
Como é que nos países onde se liberalizou o aborto se sabe que ele aumentou, se antes de ser liberalizado não se sabia bem quantos haviam porque as mulheres escondiam-nos?
Jaime
www.blog.jaimegaspar.com
Jaime
O aumento tem duas perspectivas: aumento em relação aos tempos "clandestinos" e aumento nos tempos "legais".
Na primeira pode haver algumas dúvidas, porque os números podem ser inflacionados ou minorados (não há um registo oficial, apenas suposições). Mas, julgo que não há muitas dúvidas quanto ao aumento dos abortos.
No segundo os números, por serem estatísticas oficiais, não deixam margem para dúvidas. O número de abortos, em tempos de legalização, é crescente.
Deve ser crescentemente responsável de geração em geração, penso, ao contrário, da irresponsabilidade do imperativo moral existente hoje; vamos enfrentar os problemas? Juntos. E com amor. Em vez de sacudir a água do capote pensando a mim não me aconteçe.
ASS: "a porca da vida" espressão não polida.
Visite o meu blog: www.digasimvida.blogspot.com
belo site que voce tem ai, um dos titulos é "carta de uma criança abortada"
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