Vanda 3, riso
Um útero fecundado torna-se imediatamente inviolável.
Claro.
Foi tocado pelo santo dos santos. Não a vida misteriosa e profunda e exuberante, mas tão só – o simples pénis.
Nota do Vítor: Relativamente à inviolabilidade e à pergunta do referendo, o CA tem um comentário pertinente no post “870” do Manuel logo abaixo.
8 Comments:
Como sabes, a ironia a que recorres tem pouco a ver com a pergunta a referendo.
Nos casos de malformação, violação ou perigo de vida para a mãe, a legislação permite intervenção.
O que agora se discute tem pouco a ver com essa "inviolabilidade do útero fecundado", mas com o estabelecimento de limites razoáveis a essa "violabilidade"...
E remeter a questão para fantasmas patriarcais, com recurso a duvidosa interpretação psicanalítica, parece-me, no mínimo, duvidoso.
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Maldita esquizofrenia... Onde está o meu Haldol?... Hem?... Não há?... Não, Nembutal não, nem pensar... Risperdal?... Sei lá... Pode ser... Obrigado... Bolas...
Vitor,
Não te percas em devaneios.
Vitor,
Arre!!! Que impertinente! :)
Não se trata de querer ou não querer responder. É que se vamos atrás de todas as inquietações que queres trazer ao debate, nunca mais saímos daqui.Por interessantes que sejam.
A questão põe-se acerca de um referendo concreto, com uma pergunta concreta, num enquadramento social, político e jurídico que é o que temos e não outro.
E diante desta pergunta há que dar uma resposta. Ou não.
Por muito que o pensemos e aprofundemos aqui, não vamos, neste referendo, resolver mais nada. Por isso, e só por isso, me parece mais conveniente centrarmo-nos no que está em cima da mesa.
E não te passe pela cabeça que as provocações da Vanda me fazem mossa. Mesmo que me façam pensar... :)
Eu sei que isto é capaz de passar não ou mal entendido, mas eu não sou a Vanda… Também o Bret Easton Ellis não é o psicopata americano nem o Marlon Brando o coronel Kurtz… Embora simpatize mais com a mana Vanda do que o Bates ou el loco coronel, e não haja pretensão alguma de equivalência de qualidade com esses grande romancista contemporâneo e esplendoroso actor já ido…
"Ou pensas que as gravidezes têm apenas consequências boas e belas porque santificadas pelo “valor da vida”… Pobres sacanas protegidos, merda… "
Nem mais. Pois é Vítor, se calhar pensam.
Nunca engravidaram nem pariram, nunca geraram vidas (nem mesmo emocionalmente).
Se lhes crescesse um feto no escroto contra sua vontade outros seriam os discursos sobre o corpo alheio feito o seu corpo.
Ah e já agora, Vanda, os úteros grávidos não são inviolàveis.
Elas contam-me que...Elas prostituem-se grávidas, "trabalham " até ao fim do tempo. E há tarados que pagam mais pra humilhar e possuir uma mulher grávida, essa coisa meia obscena meia masoquista de abusar sexualmente da fêmea prenha.
E não são criminosos nem vão ser julgados em tribunal. E algums são católicos de brandos costumes. ( se calhar até vão votar Não)
Merda de hipócritas.
E já agora Vanda, os úteros grávidos são violados com máquinas imagiográficas e aparelhos tecnológicos (incluindo sondas com máquinas de filmar)que os reduzem a um aquário, a corpos esventrados numa trasnparêancia de entranhas dissecadas, retiradas do contextto de uma PESSOA - corpo vivo e habitado de sentir - reduzido a fragmentos de sentidos do vivido, reduzido á condição de objecto - o aquário, o receptáculo, a incubadora - violadas até que apenas prevaleça a imagem fabricada em Photoshop de um embrião e só essa - o seu dono, o seu inquilino, o ser sagrado que detem os direitos todos e perante o qual elas, pessoas deixam de o ser.
Não não é verdade que um útero grávido é inviolável.
Sobretudo quando a gravidez não desejada é em si mesma uma violação.
Mas .. haverá algum homem que entenda isso?
Beijos á Vanda.
E nada de neurolépticos ;)), Vítor. Beijos para ti.
O que me irrita é estes opinion makers da moral e metro, que nada sabem do medo, nem da dor dos outros...
Mas pra condenar e julgar, lá estão na primeiríssima fila.
Amén.
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