Razöes do Näo

No próximo referendo sobre o aborto votaremos Näo. Aqui se tenta explicar porquê.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Uma Defesa Global da Vida Humana

Ideia principal: A liberalização do Aborto não é a única ameaça à vida Humana. Não podemos entrincheirar -nos nesta causa e esquecer todas as outras ameaças à vida humana. A defesa da vida passa por áreas tão distintas como a organização do trabalho e da vida urbana, a educação, passando pela atenção que damos ao modo como a cultara trata a vida e o seu sentido. Se nos cinjirmos à questão do aborto corremos o risco de não levar até às últimas consequências as nossas convicções.

Depois do último referendo, muitos dos movimentos que defenderam o não (eu colaborei com um desses movimentos) criaram associações com vista à defesa da vida. Foi um gesto de coerência. Do que conheço de algum desse trabalho, julgo que ele não pode deixar de ser valorizado. Julgo também que a Bioética tem sido um campo muito importante de defesa da Vida.

Mas julgo que a coerência de quem vota não tem que ser aprofundada. Há muitas áreas da nossa participação cívica por onde pode passar uma consistente defesa da vida humana.

Julgo que o que não pode acontecer é deixarmos que a questão do Aborto seja a única que verdadeiramente nos mobiliza e concrega. Porque, se não estivermos atentos a outras áreas por onde passa a defesa da vida Humana, estremos a ser incoerentes.
Ora isso fragiliza claramente a nossa posição e ameça a propria vida no seu começo.

Fará sentido defender o não e defender, ao mesmo tempo, a liberalização de leis laborais até ao ponto em que geram tanta incerteza quanto ao futuro que engravidar seja uma ameaça? Fará sentido votar não no Domingo do referendo e na 2ª feira seguinte perguntar à jovem que é candidata à nossa empresa se pensa engravidar ou àquele talento que está para ser promovido se faz tensões de casar?

Fará sentido pactuar com horários em que as horas extrodinárias se prolongam para além do que é humanamente razoável? Que condições damos a estas pessoas para se dedicarem à sua família, para acolherem aqueles com quem vivem e para poderem receber os que chegam? Queremos mesmo continuar a viver numa sociedade em que é normal na Banca, em Consultoras, Escritórios de Advogados horários desumanos que desgatam ao ponto de colocar em risco uma vivência humana das relações e da afectividade? Como empresário que defende a vida, qual é a minha prioridade: a acumulação do lucro ou a pessoa humana?

Que esforço existe para que o desenho das nossas cidades permita ritmos e vidas em que as pessoas se encontrem? Que esforço existe para que os nossos apartamentos sejam casa e não dormitório? Para que tenham espaço humano e físico para acolher a vida em toda a sua força?
Como pais, educadores, que tempo temos para ouvir os que nos estão confiados? Que abertura temos para as suas inquietações, as suas dúvidas? Desistimos de lhes transmitir a vida como Projecto?

Como nos situamos perante um cultura que favorece a acumulação de experiências por assimilar, que questiona a possibilidade do sentido? Uma cultura que ilude o sofrimento, que quebra laços de solidariedade e reciprocidade?

Defender a vida Humana é também repensar os fundamentos liberais do mundo em que vivemos. Um mundo que na busca de uma suposta “qualidade de vida” acentua desigualdades, inverte prioridades e ameça a dignidade da pessoa.
Acreditem que nem me considero anti-sociedade de mercado, nem julgo ter uma visão negativa da cultura. Mas confesso uma certa tristeza, por nem sempre ver a Defesa da Vida Huamana entendida como uma causa global que questiona tudo o que coloca em causa a nossa dignidade. Estou convencido que é neste contexto alargado que poderemos compreender melhor as várias facetas do fenónono do aborto, que é neste contexto alargado que podemos procurar caminhos partilhados para a Defesa da Vida Humana.

Estaremos todos os que defendemos o não disponívies para nos questionarmos nas nossas escolhas, convicções e atitudes? Para questionar tudo o que pode ameaçar a Vida Huamana? Fica a pergunta que espera o debate, com a certeza do limite com que sou capaz de defender a Vida Huamana. A tensão que pode resultar das perguntas que aqui faço é a tensão que vivo no meu confronto interior.
Vamos ao debate!?

23 Comments:

Blogger Manuel said...

Zé Maria,

Tocas em aspectos interesantíssimos e que dariam, cada um deles, para um blogue com longa vida e prolixa produçäo...:)

No meio de tudo o que dizes, há uma ideia a que sou particularmente sensível. A vida humana é enquadrada, neste tempo em que nos toca viver, sob as coordenadas "produçäo/consumo", onde se enraizam as derivaçöes sobre qualidade de vida, nível de vida, etc... que todos dizemos defender.
A partir dessas coordenadas, valorizam-se coisas como a disponibilidade/flexibilidade laboral, a liberdade individual entendida como "näo ter nada que me prenda", felicidade como capacidade aquisitiva, prazer como recepçäo de sensaçöes...
Todos estamos imersos, quer o queiramos ou näo, nesta "onda"... e, claro, tem "sucesso" quem "cavalga a onda"...
A defesa da vida, ampla e abrangente, que propöes, é contrariar tudo isto. A nossa coerência vai até aí?

Uma curiosidade reafirmada: em minha opiniäo,defender a liberalizaçäo do aborto é ir em plena onda. O que me espanta, quando olho para quem defende uma posiçäo e outra...

9:29 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

Faz sentido apregoar balelas "pela vida"e depois não receber no Vaticano a protagonista de um filme sobre Jesus ( Maria, ela mesma) só porque está grávida?
Estão a brincar...

1:51 da manhã  
Blogger Maria João said...

Incoerências da vida que não deviam existir.

O pior nem é quando saímos tarde do emprego por que queremos apostar numa carreira. Aí veja-se o que é mais importante: a carreira ou a família?

O pior é quando um pai ou uma mãe (ou até ambos) saem de casa muito cedo e entram tarde por que só assim conseguem trabalhar o número de horas suficientes para darem comida aos filhos.

Maldita injustiça! Maldita desigualdade!

11:53 da manhã  
Blogger BLUESMILE said...

Ou quando uma mulher é despedida deum COLÈGIO CATÒLICO... porque engravidou... eassim fica dsempregada com um filho por nascer...


Belo exemplo a favor da vida...

apetece mesmo é virar as mesas do cãmbio que povoma os templos, agarrar num chicote e expulsar tanto farisaísmo...

12:16 da tarde  
Blogger /me said...

Questões excelentes, Zé Maria (se mo permites dizer).

Antes de mais, estou plenamente de acordo de que o que é preciso é uma defesa global da vida humana. Antes ainda do "sim" ou "não" ao aborto, essa defesa global está realmente posta em causa. Como dizes, a economia é muitas vezes um fim em si mesma. Tocou-me principalmente a perguntar:

"Como empresário que defende a vida, qual é a minha prioridade: a acumulação do lucro ou a pessoa humana?"

Ou seja, voltamos ao princípio: qual o sentido último da vida? O que é mais importante nesta, quais devem ser as prioridades, quais os nossos deveres para com os outros?

Agora falo enquanto católico (o blog não é católico, mas sei que todos terão abertura para me entender). Cristo avisou-nos para não nos deixarmos afectar pelo espírito dos tempos. Mas que fazemos nós quando pensamos na Igreja como um conjunto de regras e normas? Pior, que fazemos nós quando pensamos em DEUS como um conjunto de regras e normas? Não estaremos a copiar para o transcendente as regras da nossa sociedade capitalista? Não fazemos de nós da religião um instrumento mais do lucro ou de coisa nenhuma, em que perdemos de vista o essencial?

As tuas perguntas, Zé Maria, considero-as essenciais. Poderiam lançar um debate bem mais amplo que o do aborto, mas é sem dúvida um debate importante para podermos chegar a este último.

Eu também não sou anti-sociedade de mercado. Nem tão pouco anti-capitalista. Mas acho que temos de facto de saber o que andamos por aqui a fazer antes de nos metermos em discussões como as deste blog.

Enfim, acrescentei pouco. O que queria mesmo dizer é o quanto gostei das perguntas.

3:08 da tarde  
Blogger paulo said...

Caro Zé Maria,
A propósito do teu texto interpelante aqui deixo um extrato de um excelente artigo, de Faranaz Keshavjee, no Público de hoje:
«Sou totalmente a favor da vida; mas sou muito mais a favor de uma vida condigna e provida dos mais essenciais elementos de bem-estar material, social e emocional. E nesta temática não é só o aborto que levanta questões sobre a vida e sobre a dignidade de se a viver na plenitude. Somos sempre ambivalentes e ambíguos relativamente à ética da vida.
Na ciência, na política internacional, na bioética, nas religiões, o assunto constitui sempre um desafio ao intelecto. E os discursos e acções efectivas são sempre paradoxais. Para dar um exemplo apenas, não entendo como gente que faz parte de partidos políticos de direita e cristãos neste país possam ser contra o aborto e a favor da vida, quando são a favor da guerra, por exemplo do Iraque, porque, como o afirmaram no passado recente, em consonância com os evangélicos americanos e até os anglicanos ingleses, "às vezes tem de haver baixas humanas para se alcançar um determinado estado de justiça, liberdade, democracia..." ».
Já agora tb deixo esta questão que coloco enquanto cristão: como gente de Cristo, que nunca quis condenar ninguém ("Tb eu não te condeno, vai e não voltes a pecar") como se pode defender a condenação criminal da mulher que aborta?

6:30 da tarde  
Blogger Mafalda said...

Caro ZÉ Maria,

li agora mesmo o seu comentário no blogue do não e optei, talvez para o poupar e a mim à agressividade que por ali paira, a responder nas razões do não.

Perguntava-lhe, porém, se lhe posso escrever um email, respondendo a algumas questões e colocando outras.

Com os melhores cumprimentos,

Mafalda

10:17 da tarde  
Blogger José Brito,sj said...

olá mafalda
claro que sim.
para facilitar pode ir ao meu Blog hajaoqhouver.blogspot.com
aí no link Livro de Reclamações está o meu mail.
obrigado.

10:34 da tarde  
Blogger José Brito,sj said...

paulo:
obrigado. o
quanto à tua provocação. acredita que muitas vezes me coloco perante essa qustão.
gostava de recordar o que disse noutro texto.

"Finalmente, por agora, queria dizer alguma coisa sobre a questão da Criminalização.
Obviamente que, imaginando o quanto um Aborto mexe com a intimidade da mulher e sobretudo, imaginando o sofrimento que este lhe provoca, fere a nossa sensibilidade imaginar que a tudo isto possa ser acrescentada uma pena.

A criminalização foi uma das formas que o legislador encontrou para expressar que entende como valor a defesa da vida do embrião humano.

Não conheço suficientemente os mecanismos do direito para saber que outras formas pode uma Lei encontrar, para expressar este mesmo valor.
Posso dizer que gostava que, nos casos em que o Aborto resulta de uma situação de sofrimento real que está para além da liberdade da mulher, isso fosse possível."

Mas para além dito. Penso que a citação que fazes nos chama sobretudo a recusar qualquer tentação de juízo moral sobre as pessoas. Jesus chama a atenção para a fragilidade de cada um.
Essa nossa incapacidade é válida para o Aborto mas também para outras situações reguladas pela Lei.

mesmo perante situações a que não nos choque que seja associada uma pena no Direito Penal, sou, como cristão chamados à mesma atitude: não condenar!
Jesus levou essa atitude ao limite. é a isso que somos chamados como cristãos.
mas isso não significa que seja possível defender a abolição do Direito Penal.

11:34 da tarde  
Blogger paulo said...

Concordo. Mas não me parece razoável que alguém seja condenado para se defender um valor. Se não era admitir a validade do argumento de Pilatos: "mais vale que um homem morra a que uma nação pereça". Seria a instrumentalização do homem.
É há uma frase que retive das aulas de Filosofia do Direito em que penso muitas vezes e que creio que é de S. Tomás: "A lei não pode ser feita a pensar no homem santo e virtuoso."
Um abraço e obrigado pelo diálogo.

11:49 da tarde  
Blogger paulo said...

Acrescento o seguite; é óbvio que nao defendo a abolição do direito penal. O que queria dizer é que a criminalização de certas condutas é um problema ético e político e nao de fé cristã. Razão pela qual não me parece razoável invocar a fé para defende o não.
Um abraço.

12:00 da manhã  
Blogger José Brito,sj said...

De acordo Paulo. totalmente! é essa a questão...
o que quis explicar foi exactamente aquilo que acabas de dizer.
um abraço é sempre bom conversar
obrigado!

12:19 da manhã  
Blogger Ver para crer said...

O aborto é sempre algo de mau.
Pode ter "razões" a que a sociedade e os governos devem dar resposta.
Por mim acho que deixar que a mulher possa livremente optar pelo aborto (por qualquer razão ou sem ela) é abrir um caminho de desrespeito pela vida. E esse caminho facilmente se alarga.
Por isso voto não.

2:19 da tarde  
Blogger José Brito,sj said...

Ver para crer
Não sei se te referes directamente ao meu texto. Mas se sim gostava de esclarecer o seguinte:
1º . Não é objectivo deste post elencar possívies razões do aborto.
2º A minha intenção era propor que a defesa de vida tenha em conta muitos aspectos que por vezes estão esquecidos. Claro que alguns dos aspectos que referi podem criar condições para que o aborto tenha mais facilmente lugar, mas a minha ideia era partilhar uma inquietação: somos coerentes na defesa da vida? Ou estamos surdos àquilo que no nosso modo de viver ameaça a dignidade da pessoa?
a vida humana merece ser defendida em todas as suas fases, em todas as suas multiplas dimensões.
Obrigado pelo comentários

a todos os outros também agradeço.

7:56 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

Zé maria:

Hoje andei pelas ruas de uma grande cidade.
Uma imagem atingiu-me como um murro - perante a febre de consumismo que se adivinha já em todo lado.
Uma mulher, exausta, de rosto marcado pela vida, magríssima, nem nova nem velha, com um desses rostos de idade indefinida que só a dor dá, adormeceu, literalmente, encostada a uma parede, com um saco de compras na mão... estava a dormir em pé, no meio do bulício e a sua exastão, o seu abandono eram tão evidentes num fácies marcado pela doença ( droga???) , que parei com um impulso súbito de fazer não sei o quê...

Um mão amiga puxou-me pra a realidade - mas que estás a fazer?

12:23 da manhã  
Blogger /me said...

É certo que o aborto não deve ser encarado como uma questão religiosa, mas é óbvio que esta questão questiona o papel da Igreja. Cito a propósito o Frei Bento Domingues:

Pertence à Igreja, a toda a Igreja, em todas as suas expressões, sensibilidades e movimentos, ser uma escola de sabedoria e de liberdade para que o amor e a misericórdia não sejam negados a ninguém, desde o começo até ao fim da vida humana. Deve continuar a manifestar-se, na primeira linha, contra a fome, as doenças, as guerras, que dizimam milhões e milhões de vidas humanas. É sobretudo aí que se vê quem é pela cultura da vida e quem é pela cultura da morte. É também aí que a Igreja aparecerá ou não como sinal e instrumento de salvação.

(tirado daqui: http://www.triplov.com/espirito/frei_bento/2006/Igreja.htm)

1:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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