Razöes do Näo

No próximo referendo sobre o aborto votaremos Näo. Aqui se tenta explicar porquê.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Maior rigor nos números

Como noutros debates democráticos, os números são um elemento importante. No caso do aborto, não tanto para decidir o certo e o errado (a moral e a ética não se definem por maioria, pertencem à consciência), mas para verificar a dimensão do problema e avaliar as soluções propostas.
Um dos números essenciais neste debate é o do aborto clandestino.
O testemunho de Bernard Nathanson, um dos mentores do movimento que conseguiu a legalização do aborto nos Estados Unidos, em 1973, e entretanto se transferiu para o campo oposto, revela como os dados sobre o aborto clandestino são importantes para a opinião pública.
Curiosamente, e ao contrário de 1998, a dimensão do aborto clandestino tem estado quase ausente na argumentação do Sim. Penso que isso se deve ao seu “esvaziamento”. De facto, das centenas de milhares de há uns anos atrás, passando pelos 40.000 de Outubro passado, nos Prós e Contras, chegou-se, no recente estudo da Associação para o Planeamento da Família, pró-legalização, ao intervalo entre os 17.260 e os 18.000 abortos clandestinos por ano.
Se este número não retira importância ao problema, mesmo que fossem 100 ou 20 estávamos a falar de dramas humanos e, portanto, merecedores de toda a atenção, retira-lhe a dimensão fatalista que apela à impotência perante a pretensa onda social invencível. Além disso, permite aquilatar com maior rigor se com a legalização diminuem ou aumentam os abortos realizados (um dado importante, já que, tanto do lado do Sim como do Não, o aborto é visto como algo a evitar).
Em resumo, julgo que com dados mais fiáveis do que no referendo anterior, seja no número de abortos ilegais, seja, num exemplo do lado oposto, na datação correcta das imagens de fetos abortados, estamos agora em melhores condições para decidir. Que o façamos, então, em consciência.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O grupo " Algés comVIDA" tem o prazer de o convidar para uma sessão
de
esclarecimento sobre o tema do aborto e o próximo referendo. Esta
sessão, terá lugar no dia próximo dia 26, às 21:30h nas
instalações do
Sport Algés e Dafundo e terá os seguintes oradores:

? Dra. Maria Furtado, directora da Casa de Sto. António, que é uma
instituição de acolhimento de mães solteiras com dificuldades e seus
filhos.
? Dra. Sofia Gouveia Pereira, jurista.
? Dr. Vítor Neto, médico obstetra.

Participe!

4:04 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Disse Marcelo Rebelo de Sousa:

Não há mulheres detidas pelo crime de aborto em Portugal.



Em 2005 realizaram-se 906 abortos legais em Portugal.



Em 2005 houve 73 casos, e não milhares, de mulheres atendidas na sequência de abortos clandestinos.



O número de abortos clandestinos está calculado em 1800 por ano.



62% dos abortos realizados em países europeus com legislação semelhante à pretendida em Portugal, são realizados por mulheres com rendimentos familiares superiores a 65.000 euros por ano.



6% dos abortos realizados em países europeus com legislação semelhante à pretendida em Portugal, são realizados por mulheres com rendimentos familiares inferiores a 7000 euros.



Em todo o mundo, o aborto sem invocar qualquer razão é permitido em 22 de um total de 193 países.



A pílula do dia seguinte é comercializada em Portugal desde 1999, sem necessidade de receita médica. É dispensada gratuitamente em centros de saúde desde 1 de Dezembro de 2005.



A taxa de natalidade em Portugal baixou para metade nos últimos 40 anos.



Em 2005, a média de filhos por casal foi de 1,5, tendo-se registado apenas 109.000 nascimentos, permanecendo abaixo do nível de renovação das gerações (2,1).



Em 2006, a Alemanha aprovou um incentivo à natalidade de 25 mil euros por cada nascimento.

12:36 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Convido-vos a passar pelo site http://www.assimnao.org/videos.htm

2:37 da tarde  
Blogger Joa d'Arievilo said...

bem, os números não são apenas bons quando nos convém. Se os números que definem a quantidade de pessoas conscientes fossem a maioria, o mundo estaria bem melhor.
O que eu acho é que um ser humano não pode ser olhado como uma batata, que quando cai isolada de um saco ninguém lhe liga, mas se for um saco, sim. É usual somar-se a quantidade de mortos para qualificar uma tragédia, mas o ser humano é vida una, e qualquer soma será sempre: mais um mais um...
abraço

6:50 da manhã  

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