Razoes do sim
Se participo neste blog, subentende-se a minha posição de fundo.
Mas gostava de esclarecer aquilo que penso: eu acho que o referendo é um absurdo, porque o "sim" ou o "não" que é pedido aos portugueses nao é apenas uma resposta à pergunta que é colocada. Há muitas outras perguntas subjacentes que não é lícito misturar. Assim, mesmo que a pergunta seja linear e fácil de interpretar, há leituras políticas distintas para cada resposta.
Tudo isto me leva a crer que não faz sentido que haja um referendo. A pergunta estará sempre mal colocada, porque nem um "sim" nem um "não" respondem aos problemas que efectivamente temos. Porém, na minha opiniao, é desejável que esta discussão se processe, e há bons motivos para tal. Acho que o grosso da lei não deve mudar, mas há situacoes que têm de ser revistas.
Para mim, não faz sentido que uma mulher vá para a cadeia porque abortou. E faz muito menos sentido que a sociedade (o Estado, aliás) lave as mãos e não apoie as mulheres que necessitem.
Considero ser muito útil para o debate que discutamos as razões do "sim". Que vejamos o que está mal na lei actual, ou melhor, na sociedade actual. Estou em crer que muitos dos que defendem "não" poderão concordar com as críticas. E até aposto que quase todos concordaríamos que a resposta às nossas preocupações passa por muita coisa, mas não por um referendo.
Amigos defensores do "sim" (se me permitem que assim os interpele), fazem-me o favor de dizer o porquê?
Mas gostava de esclarecer aquilo que penso: eu acho que o referendo é um absurdo, porque o "sim" ou o "não" que é pedido aos portugueses nao é apenas uma resposta à pergunta que é colocada. Há muitas outras perguntas subjacentes que não é lícito misturar. Assim, mesmo que a pergunta seja linear e fácil de interpretar, há leituras políticas distintas para cada resposta.
Tudo isto me leva a crer que não faz sentido que haja um referendo. A pergunta estará sempre mal colocada, porque nem um "sim" nem um "não" respondem aos problemas que efectivamente temos. Porém, na minha opiniao, é desejável que esta discussão se processe, e há bons motivos para tal. Acho que o grosso da lei não deve mudar, mas há situacoes que têm de ser revistas.
Para mim, não faz sentido que uma mulher vá para a cadeia porque abortou. E faz muito menos sentido que a sociedade (o Estado, aliás) lave as mãos e não apoie as mulheres que necessitem.
Considero ser muito útil para o debate que discutamos as razões do "sim". Que vejamos o que está mal na lei actual, ou melhor, na sociedade actual. Estou em crer que muitos dos que defendem "não" poderão concordar com as críticas. E até aposto que quase todos concordaríamos que a resposta às nossas preocupações passa por muita coisa, mas não por um referendo.
Amigos defensores do "sim" (se me permitem que assim os interpele), fazem-me o favor de dizer o porquê?
8 Comments:
O meu dilema é ir votar... se o que está em causa é a defesa da vida, até que ponto é viável um referendo? Ou sou obrigado a colocar de lado artigos da constituição e dos Direitos do Homem, e referendar aquilo que não é referendável: a vida?
Há realmente um problema de clarificação argumentativa.
Só faz sentido defender uma não-penalização do aborto, se este não for considerado crime, mas simples delito.
Senão, parece-me que é um pouco como se faz no “fora da Igreja etc”, quero dizer, tenta-se lavar a cara da ética ou do bom senso com indefinições, género “é um crime, mas pobres mulheres…”
Não pode haver crime jurídico sem pena; assumam então que abortar não é um crime, ou então defendam a penalização.
Visita o blog “Só Deus Basta” e opina sobre o referendo ao aborto!
Caro /me
Ainda bem que já chegaste!
A proposta de referendo provoca uma radicalizaçäo das posturas, transformando o debate numa batalha em que o que interessa é a vitória. E isso faz perder de vista aspectos essenciais.
Talvez possamos conversar sobre o assunto "como se näo houvesse referendo"...
A mais forte razão para o SIM é esta: choca a senbilibidade comum que uma mulher que aborte até às 10 semanas vá para a prisão!
E isto não quer dizer que se considere um acto lícito ou moral. Mas simplesmente não dever ser crime, como já não é de facto.
E não vejo a razão de tanto alarido à volta disto.
Concordo com o Paulo.
Caro /me.
É sempre um enorme prazer ser tocado pelo teu inteligente e amoroso bom senso.
As questões inexplícitas são de facto o mais problemático no referendo.
Abraço
PS: Ok, ok, não direi nada acerca da pausa relapsiana :P
falamos da condenação da mulher que aborta e o homem sera que nao deve ser igualmente responsabilizado?
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