Sintomas de pressa...
"Pedro Nunes (Bastonário da ordem dos médicos) considera ridículo que o Ministério da Saúde já esteja disponível para pagar no privado os abortos ao abrigo da lei, num país onde a meio do ano já não existem pílulas contraceptivas para distribuir nos centros de saúde, onde o preservativo e as pílulas do dia seguinte são caros, se esteja a pensar fazer convenções para praticar abortos em clínicas privadas".
Quem quiser ler a entrevista publicada no Público (acesso restrito), pode fazê-lo aqui.
posted by Manuel @ 2:00 da tarde
16 Comments:
Manuel:
Também concordas, como o senhor Bastonário, com a distribuição gratuita de preservativos e pílulas contraceptivas ou com a pílula do dia seguinte, como forma de prevenção do aborto?
Achas que se deve implementar essas medidas?
Sim?
Não?
Porquê?
Apesar de não concordar com o aborto, salvo algumas e raras excepções, concordo com o bastonário, não só no que diz respeito aos dinheiros publicos, que gastaremos muito mais em abortos do que se calhar em metodos contraceptivos, como existirão pessoas que precisarão de ser operadas a doenças graves e terão que esperar muito mais do que até agora esperam...que já é muito tempo. É verdade que a nas barrigas mandam as mães, mas acho que se está a banalizar o real assunto que é a vida de um ser humano. Muito honestamente, conceber-se um filho no calor de uma tensão de momento e "no dia seguinte" acordar-se e pensar-se que, por esta ou aquela razão não quer ser mãe agora e abortar-se, acho uma situação com a sua leviandade. Antes haver as precauções grátis, digo eu.
Bluesmile:
Vejo-te tensa e agressiva. Acalma-te para conversarmos.
Näo tenho nada contra os preservativos nem contra a pílula contraceptiva. Quanto a serem gratuitos é outra questäo. Porque razäo eu deveria ter aceso a contraceptivos gratuitos, se näo tenho acesso a medicamentos gratuitos? Qual é a lógica? Por que há-de o Estado gastar o dinheiro dos contribuintes em meios preventivos dos efeitos da sexualidade, exercida em liberdade, se näo o gasta para curar as doenças (contraídas sem liberdade nem vontade) dos cidadäos pagantes de impostos?
O caso da pílula do dia seguinte é diferente. Como sabes é abortiva. Seria apenas substituir um tipo de aborto por outro... logo, como deves calcular, näo me passa pela cabeça que possa ser oferecida. Nem vendida, quanto mais...
Näo te esqueças de ler o comentário que deixei no teu blogue, aos insultos que me fazes.
Caro Manuel:
Muito folgo em verificar que um padre faz a apologia da pílula e dos preservativos. É uma atitude coerente, mas infelizmente, como sabes, condenada por grande parte dos que dizem ser contra o aborto mas depois tudo fazem para que não exista uma prevenção eficaz do mesmo, através da Educação SExual e de métodos contraceptivos eficazes.
É bem que finalmente a Igreja católica assuma as suas responsabilidades na prevenção do aborto.
Qunto á gratuitidade dos métodos contraceptivos eficazes, é quanto a mim defensável,pois a prevenção do aborto, a promoção da saúde reprodutiva e a prevenção das DSTs como a SIDA, justificam o investimento.
Aliás, ao contrário do que disseste, há medicamentos completamente gratuitos - os da sida por exemplo, que são caríssimos.
Quunto á pílula do dia seguinte, tal como o DIU, sEgundo a opinião da ordem dos médicos e de muitos reputados especialista na área da reprodução, não se pode afirmar com rigor que sejam métodos abortivos abortiva porque actuam antes da concepção ou da gravidez.
Não se pode confundir termos clínicos nem realidades médicas diferentes.
Há que falar com verdade.
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Cara amiga bluesmile, salvo melhor opinião de quem de direito, penso que a Educação Sexual não responde a todas as perguntas ou não evita o acto em si aliás, no Reino Unido onde já existe essa disciplina à longo tempo, é o pais onde existe o maior numero de mães menores. Neste caso concreto, a disciplina de Educação Sexual, deveria ser complementada em casa com os pais, onde estes, de outras maneira que não a do professor, poderiam e deveriam explicar, coisas que ficam por ser ditas na escola, sem que para isso, fosse preciso entrar por palavrões ou pornografias, como as pessoas tendem em querer fazer crer. Quando ao resto, e não querendo alongar-me mais, sou contra, salvo excepções.
Eu continuo a afirmar que o problema é não haver uma política social decente que ajude as mulheres a terem os filhos (não estou a referir-me às situações extremas).
A despenalização do aborto é mais uma saída airosa para não se apostar nessas políticas socias.
E depois, também acho que isto está tudo muito mal contado. Se não há dinheiro, se há listas de espera enormes, como é que vão fazer abortos em instituições públicas?
Cheira-me demasiado a negócio. Aliás, basta ver a nova clínica Los Arcos... Até já temos uma clínica a fazer publicidade. Isto está bonito está.
Mas, também, onde estão os movimentos Pró-Vida? Quem é a favor do "Sim" já começou a fazer campanha ...
Mas, também, verdade seja dita, se se defender o "sim", tudo bem, se se defender o "não" cai meio mundo em cima da Igreja. Até parece que só a Igeja é que é contra o aborto. Eu tenho uma amiga que se diz ateia e que é contra o aborto.
Maria João;
Acho interessante o argumento do negócio. E porque é que ninguém se escandaliza com o negócio do aborto clandestino?
Como é clndestino, já não há problema em deixar as leis do mercado a funcionar? Oupensas que os 40.000 abortos clandestinos realizados por ano em Portugal não dão lucro a ninguém?
Quanto aos movimentos ditos pró-vida eles estão perfeitaente organizados e estão no terreno há mais de dois anos. Têm tudo pronto - kits, campanhas de marketing, estrategas de imagesn blogues na net e um partido que lhes vai dar cobertura mediática.
Caro Paulo:
Concordo em absoluto contigo que a família desempenha um papel fundamental na Educação SExual. mas há famílias e famílias...
Sugiro que alguem, com conhecimentos informáticos faça um logotipo para colocarmos nos blogs... eu sou contra o aborto! Era bom criarmos uma corrente... Alguém aceita o desafio!?
Já apareceram na praça pública, senhoras de bem a afirmar com orgulho que abortaram e não estão arrependidas. Não sabem do que falam, nem sequer tiveram a oportunidade de conhecer quem mataram.
Porque é que não se agarra em meia dúzia de mães (nem precisam de ser conhecidas), que avançaram com coragem, no meio da aflição em ir para a frente com a sua gravidez, para testemunharem que depois de conhecerem os seus filhos, dão Graças a Deus por não terem morto as suas Vidas?
Há que ser mais concreto na campanha!
Sem querer ser tão radical, concordo em parte com Miguel Sousa Tavares: só devia de ir a referendo quem já passou pela experiência de ser pai/mãe. Sabemos do que estamos a falar.
Obrigado pelos comentários.
Tó Carlos,
É uma ideia engraçada.. mas näo te posso ajudar, porque sou um nabo informático... :)
Bluesmile:
A pílula do dia seguinte e o DIU são abortivos porque não impedem a fertilização, a formação do ovo; impedem a nidação, a fixação do ovo no endométrio. Para mim, desde a fecundação, melhor, desde a junção das duas meias hélices de ADN, estou na presença de um ser humano, com a sua individualidade própria. Este ponto para mim é essencial; e, sem pretender magoar que não pensa assim, mas com franca franqueza, devo confessar que todos as opiniões em contrário ( começo da vida humana na 1ª divisão do ovo; ou na nidação; ou na formação da corda dorsal; ou na formação do SNC; ou no nascimento ) sempre me pareceram cintificamente disparatadas e tergiversações de quem é falho de honestidade intelectual. O preservativo é um moralíssimo método contraceptivo: um tipo vem-se ( Uau!! ) e nem o truta do Trujillo se atreve a dizer que os espermatozóides passam pelo poros do látex; a menos de rompimento, débordement e outros acidentes, conjugas o prazer com a moralidade de não interromper uma vida humana; só a cegueira anti prazer sexual dos recalcados da Terra o pode condenar. "Good catholics use condoms". Sobre a pílula usual tenho as minhas dúvidas, porque subsistem problemas de conhecimento quanto ao modo de actuação no organismo.
Manel:
Percebo o que queres dizer sobre não haver razões para distribuir gatuitamente por exemplo preservativos. Mas não concordo. Digamos que tens razão teórica, mas não práctica. Eu distribuo todos os meses alguns milhares de preservativos em bares no Bairro Alto ( predominantemente, mas não exclusivamente gays ) e numa zona de prostituição, o Conde de Redondo. Algumas das pessoas que os recebem vão certamente foder nessa noite ( elas o dizem ); muitas delas não iriam adquirir os preservativos ( elas o confessam ). A questão é que o impulso sexual pode ser algo tão forte que a pessoa tenha comportamentos estúpidos. Por outras palavras: os homens gostam de foder e fodem, às vezes desrazoavelmente. Ora não é justo que, por isso, morram. Claro, estou a pensar no preservativo como meio de evitar DTSs, SIDA em particular, não como contraceptivo.
ZR.
Carpo Zé ibeiro:
Muito telegraficamente: Estás mal informado. A pílula do dia seguinte têm um um efeito marcadamente anovulatório.
Quanto á pílula comum, depois de mais de qurenta anos de investigação, e utilização maciça por biliões de mulheres ao longo de tr~es gerações, ao contrário do que escrevete, temos hoje uma ideia muitíssimo precisa "sobre a forma cmo actua no organismo.
Aconselho-te a ler alguma literatura médica sobre o tema.
DEpois, consideras que partir da singamia estás perante um ser humano com indivudualidade própria, mas em boa verdade podes estar perante dois ou três "seres humanos" ou mesmo nenhum, porque a individualidade só se adquire muito posteriormente, precisamente após o processo implantatório ( se este vier a ocorrer)
Claro que aquilo em que acreditas relativamente ao momento do início da Pessoa HUmana, é mais uma questão de fé do que de argumentação científica, pelo que a acusação de falta de honestidade intelectual é colocar a discussão num campo diferente.
Quanto á distribuição gartuita de preservativos para minorar as consequências de comportamentos de risco,integralmente de acordo.
Não apenas para preservar a vida dos que os têm , mas dos seus parceiros sexuais e dos seus filhos.
bluesmile
A pìlula do dia seguinte pode ser abortiva. Não será em todas as situações mas é em algumas.
Caro David:
POder ser é diferente de ser.
SE tem um efeito anovulatório não existe sequer um zigoto.
Mas, se tem colaterlamente um efeito antiimplantatório isso não ignifica que seja um m´todod abortivo.
Não há aborto sem gravidez.
Não há gravidez sem implantação.
Logo, a contracepção de emerg~encia não é um método abortivo.
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