Razöes do Näo

No próximo referendo sobre o aborto votaremos Näo. Aqui se tenta explicar porquê.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Feios, porcos e maus

Nos dias que correm, afirmar publicamente a intenção de votar NÃO no Referendo sobre o aborto, é ser imediatamente incluído numa categoria nada abonatória para os visados: fundamentalistas católicos e de direita.
É mentira.
Neste blogue recusamos, liminarmente, ser incluídos em tão estreita e obtusa categorização.
Todos sabemos que a técnica é antiga: trata-se de descredibilizar o adversário, torná-lo porco, feio e mau, de modo a tornar quase repugnante juntar-se a "tal tipo de gente". Por isso, defender o NÃO é ser ignorante, trazer na alma o cheiro ranço a incenso e sacristia, ser misógino, fascistóide e fanático.
É mentira.
Há muita gente de esquerda que pensa votar NÃO.
Há muita gente católica, protestante, budista, muçulmana, judia, (...), agnóstica, ateia que pensa votar NÃO.
Há muita gente ideologicamente moderada que pensa votar NÃO.
Há muita gente culta que pensa votar NÃO.
E, claro, há muita gente bonita, criativa e sexy que pensa votar NÃO.
E todos estes votam NÃO porquê? Simplesmente porque é a resposta certa.

4 Comments:

Blogger Paulo said...

Modernismos, diria a minha avó que Deus a tenha. É chique e fino, nos dias que correm estar no lado das novidades, e se é novidade e chique ser a favor do aborto há que estar na moda, assim como quem muda de camisa. Eu voto não pelo que aqui foi dito, pelo que ali foi dito, pelo que acolá será dito e pelo que penso.

1:49 da tarde  
Blogger Caros Amigos said...

Não me digas que estavas a pensar em mim!

2:18 da tarde  
Blogger Manuel said...

Em quem mais poderia ser, "Contra a corrente"???

7:04 da tarde  
Blogger X-Filer said...

Epá, eu não podia estar mais de acordo. Isso de incluir no Não apenas os de direita e os católicos nesse lado da batalha é como separar o Mundo em apenas feios e bonitos! Eu tive educação católica (embora me tehna afastado há alguns anos da Igreja...) e considero-me como um tipo de "centro". E sempre fui a favor do Não. Não apenas por despenalizar, descriminalizar ou até tental eliminar um problema desses. Sim, porque este não é mais que um problema criado pela sociedade em si. E o sim será simplesmente a forma mais simples de lidar com o problema, ou seja, fazer com que deixe de ser um problema. Isto em vez de arranjar uma solução para o problema!
Chamem-me retrógrado mas a resolução não é descriminalizar o aborto para qualquer uma o fazer sem medo de represálias legais mas sim tratar o problema através do apoio à prevenção (principalmente através da educação sexual de base, deixêmo-nos de hipócrisias a retrogradismos) e do esclarecimento E RESPONSABILIZAÇÃO DO ACTO! Porque, e cõmo foi muito bm referido, todos os aspectos que são dados como legítimos para efectuar em caso-limite o aborto estão contemplados na lei! Todos os outros (falta de meios financeiros para criar a criança, problemas psiquiátricos da mãe, ACIDENTE DOS "PAIS" numa noite 'louca') não são desculpa. A resposta é criar mecanismos que façam com que essa criança de facto nasça e possa ter a melhor vida possíel! Por exemplo, pela simplificação do processo de aborto. E atenção, quando falo em simplificação não falo em, facilitação. Também queremos que as crianças sejam bem-tratadas e amadas, não é? Mas há cada vez mais casais a fazer tratamentos de fertilidade para ter filhos e no outro lado da rua tantos a querer matar os filhos que lhes foram fáceis demais de fazer? Por amor de Deus, o problema não está no aborto ou a sua criminalização! O problema está nesta sociedade estúpida e "quadradona"!

12:01 da manhã  

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