Razöes do Näo

No próximo referendo sobre o aborto votaremos Näo. Aqui se tenta explicar porquê.

segunda-feira, outubro 30, 2006

O papel das emoçöes

As opiniões sobre o aborto, de um e outro lado, assumem muitas vezes um carácter marcadamente emocional. Partem de emoções e/ou pretendem suscitar emoções.
Os defensores de um debate mais racional, tendem a afastar-se deste tipo de argumentação, centrando a discussäo em questões de princípio bioéticas, jurídicas ou filosóficas.
No entanto, se há momento em que as emoções jogam um papel decisivo, é quando uma mulher tem de tomar esta decisão terrível, perante o facto consumado de uma gravidez: abortar ou não abortar.
E perante o Referendo, no momento de votar SIM ou NÃO, a perspectiva emocional de abordagem do problema é também decisiva.
Convém, portanto, não menorizar a componente emocional, quer no contexto da decisão de interromper ou não a gravidez, quer na adesão a um ou outro sentido de voto na próxima consulta popular.
Por agora, centremo-nos neste segundo aspecto.
A emoção, como a raíz do termo indica, é o que "nos move para". As emoções são, portanto, a matéria prima da motivação e é esta que leva à acção. Podemos, assim, dizer que a emoção é um ingrediente primário e fundamental da acção. Em que é que isto se relaciona com o presente debate?
Boa parte da argumentação em favor do SIM pretende, directa ou indirectamente, criar uma empatia com a figura da mulher envolvida. Desde a referência às consequências do aborto clandestino, até à inquietante injustiça de ver a mulher que abortou sujeita a uma pena de prisão, todo o discurso apela a uma empatia com a mulher. E, claro, quem não se comove diante do sofrimento humano, sobretudo se contextualizado num quadro de pobreza, marginalidade e impotência?
Do outro lado, muitos dos que defendem o NÃO, procuram centrar essa empatia no ser gerado. Daí a importância dada a fotografias de fetos onde se descortine já, com nitidez, a forma humana; o recurso a termos como bébé, criança, pessoa, que escapem à frieza científica das células, zigotos e embriões, bem como um permanente apelo aos nobres sentimentos de carinho, simpatia, ternura e cuidado pelo mais fraco e desprotegido.
Uns e outros sabem, mesmo que inconscientemente, que o sentido de voto se inclinará para o lado onde se centrar empatia de cada um.
Neste campo, os defensores do SIM têm uma vantagem nada desprezível: podem apresentar uma mulher concreta, que se pode exprimir e que é protagonista de relações emocionais; que ama e é amada; que pode ser conhecida e com a qual se pode estabelecer uma relação empática. Que se pode olhar nos olhos e perceber o que sente, precisa e deseja.
A desvantagem dos defensores do NÃO é o facto de o embrião ser ainda um "ser oculto", sem laços estabelecidos, com o qual é mais difícil criar empatia. Ainda não se pode olhar nos olhos para se perceber, emocionalmente, como pessoa.
Apetece aqui invocar Levinas, sobre a importância fundamental deste "olhar nos olhos do outro" para se descobrir, diante de nós, uma pessoa inteira, digna de respeito e possuidora dos mesmos direitos.
Mas a verdade é que essa pessoa está lá. E é, além disso, o elemento mais frágil; digno, portanto, não só da nossa empatia, como do nosso instinto/dever protector.

39 Comments:

Blogger José Brito,sj said...

obrigado.
tocas aspectos mesmo importantes!!
penso que a questão dos tais laços que ainda não se constituiram e mesmo um factor importante.

10:08 da tarde  
Blogger Pedro Leal said...

Concordo.

10:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

mas se é uma pessoa é um filho...e se é um filho...pq ninguém nunca fala do pai????

11:33 da tarde  
Blogger Hadassah said...

Excelente abordagem...

Hadassah

12:03 da manhã  
Blogger maria said...

Manel,

não há dúvida que este espaço que criaste, vai ser um óptimo sítio para cada um partilhar o que de mais profundo diz respeito a este assunto.

Eu, que neste momento, ainda pairo dois palmos acima do chão, só sou capaz de dizer que, a Vida é muito maior que nós. Que se insere nos Mistério profundamente misterioso que é Deus. E que sabemos muito pouco dela.

Na minha opção de voto, se calhar estou a ser aquilo que sou muito fortemente para além de crente - muito pragmática. A lei, não reduz os número dos abortos. Não tenho dados concretos, ninguém tem, mas é o que me parece como certo. Para conseguir votar numa questão destas tenho de ir sacar o que tenho de mais profundo: a minha crença na infinita misericórdia de Deus e a fé na Ressurreição. A partir daqui, tenho que ser pragmática e votar, sabendo que, eventualmente, vou sujar as mãos.

Já que falas de emoções, lanço uma pergunta que espero ninguém sinta como demagógica: Alguém queria nascer sabendo que os que lhe deram a vida biológica, não o queriam? Eram mesmo incapazes de o amar? São capazes de imaginar quantas pessoas destas, nascem e vivem? Bastará dar a vida biológica para que tudo fique bem?

4:09 da tarde  
Blogger Manuel said...

Obrigado por todos os comentários.

MC,

Näo considero a tua pergunta demagógica, mas irrelevante para o problema em apreço, o que é diferente.
Nem eu, nem ninguém te poderá dizer se um embriäo de 6, 7, 8 ou 9 semanas, se pudesse ter consciência de näo ser desejado nem amado, decidiria viver ou desistiria...
O que sim te posso dizer, porque é minha convicçäo profunda, é que o valor da vida humana näo depende da valorizaçäo de outros; vale por si mesmo.
Porque se assim fosse, esse raciocínio poderia aplicar-se a qualquer momento da vida do indivíduo e näo apenas às primeiras semanas de vida intra-uterina. Quantas pessoas há, jovens, adultas e velhas, que näo só näo säo amadas como säo até odiadas; constituem um "peso" para a família (se a têm) e para a sociedade?
E näo é por isso que advogaremos o seu extermínio.

O argumento do "ser amado e desejado" é uma enorme falácia. A minha vida näo vale mais ou menos por ter muitas, poucas ou nenhuma pessoas a gostar de mim... O valor básico do ser humano brota da sua própria individualidade e näo da apreciaçäo social que se possa fazer acerca dele.
E o futuro de quem nasce indesejado pode ser täo diverso e täo marcado pela infelicidade ou felicidade como o de qualquer outra pessoa.

5:50 da tarde  
Blogger A minha verdade said...

Boa iniciativa. Farei referência no meu blog.

7:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Na minha opinião não está certo condenar a mulher da forma como se faz, mas o que é certo é que por fim à gravidez seja em que tempo for não é nada mais nada menos que um assassínio e quem deveria ser punido severamente são aqueles que o executam a começar pelos médicos. Da forma como isto vai, há muitos que vão lucrar; se for em clínicas privadas já podem...
Eu não sei, mas a ver pelo número de abortos em clínicas no estrangeiro em que se paga bem não são pessoas necessitadas ou adolescentes desamparadas e pobres aquilo que eu acho é que a graaaande maioria dos abortos que se praticam não são por violação ou por malformações... são deslizes de pessoas que só pensam quando já é tarde, pois mesmo com toda a informação e meios as pessoas não são responsáveis. Tanto o homem como a mulher. Os abortos clandestinos, se como dizem são de pessoas mais pobres e sem recursos, poderiam ser evitados se se investisse mais na prevenção e no apoio.... mas nisso ninguém se empenha realmente. E acho que estar a liberalizar ou a despenalizar ou lá como lhe queiram chamar, é estar a compactuar com as violações; estes são crimes silenciosos e ninguém avalia devidamente os potenciais riscos antes para que se possa evitar que aconteça.

7:59 da tarde  
Blogger A minha verdade said...

Nem mais! É só isto que se tem de defender. Assim, encosta-se o SIM à parede.

Despenalizem-se as mulheres, mas não o aborto, ou seja, penalize-se quem o executa.

9:14 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

Como estratégia de manipulação de emoções, sim está bem pensada.
Mas... e a mulher violentada pelo aborto e pelas circunstãncias em que o faz, não merecerá o nosso intinto "materno"- protector face á possíbilidade de ser condenada á prisão?

Não.( para os que assim votarem)

9:28 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

Ontem, num debate televisisvo ficámos a saber que as associações ditas pró-vida defendem a criminalização de todos os tipos de aborto, incluindo por malformações congénitas e violação.

Dito de outra forma - á sacralização do embrião
corresponde sempre
a des-humanização da mulher.

A mulher é um útero , uma espécie de incubadora biológica cuja única função é suportar gravidezes eficazmente.

Quando se sacraliza o embrião
des-humaniza-se a mulher.
Quando se sacraliza a mulher , é apenas porque o embrião não é humano.


Nós, católicos, estamos familiarizados com o fenómeno.

6:51 da manhã  
Blogger Manuel said...

Bluesmile,

Seria muito mais fácil se a realidade fosse a preto e branco e a questäo se pusesse entre os bons e os maus...
Mas näo é assim. Essa tua mania de fazer generalizaçöes abusivas näo convence. Entre os que pensam votar "näo", há muitas e variadas razöes. E o mesmo se pode dizer dos que defendem o sim.
Ninguém aqui falou de criminalizaçäo de todos os tipos de aborto, nem de sacralizaçäo do embriäo, nem de desumanizaçäo da mulher...
Se queres discutir argumentos, muito bem. Se queres fazer acusaçöes tontas, ficas a falar sozinha.

1:32 da tarde  
Blogger O melhor dos blogues said...

Boa tarde

"O melhor dos blogues" foi enriquecido com este post.

Se o autor tiver alguma coisa contra, diga e será retirado.

6:56 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

manuel:

Ficas tão nervoso....acalma-te um pouco, homem.

O que escrevi é verdade.

É isso que te incomoda?

10:57 da tarde  
Blogger José Brito,sj said...

Blue smile,
Como tu propria ja reconheceste é desejo deste blog e evitar discursos de radicalização. se o sabes, é pena que a um texto em que esse critério é tão claramente respeitado, respondas em termos que não são minimamente proporcionais e em que usas o tipo de linguagem que critícas....
ou só porque defendes o sim podes usar uma linguagem chocante, quando a críticas quando usada peloes que defendem o não?
esse tipo de abordagem não ajuda ao debate.
boa noite!

12:15 da manhã  
Blogger BLUESMILE said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

12:58 da manhã  
Blogger BLUESMILE said...

Zé maria:

É a minha linguagem que é chocante ou a verdade que ela encerra?

È um facto - a sacralização do embrião implica a total des-humanização da mulher, vista como uma mera incubadora.
Isso explica que alguns defendam que a mulher deve ser forçada a viver a suprema violação de uma gravidez e de um parto resultantes de violência sexual. Ou que deva suportar passivamente o horror indescritível, do ponto de vista físico e emocional de gerar e dar á luz um feto anecéfalo.
Só se percebe esta visão se a mulher por uma coisa - uma mera fêmea parideira, um útero ambulante destinada a uma função biológica restrita.


O Inverso também é verdadeiro, a sacralização da mulher implica a desumanização do embrião, considerado como uma não pessoa.

Acusas-me falsamente de radicalização...
È mais radical defender definitivamente a condenação de mulheres á prisão ou a manutenção inevitável do aborto clandestino ou colocar perguntas sobre certezas definitivas?

è isso que tenho feito.

E ao reler o texto da vanda, acho interessante que apenas a minha radicalidade ( absolutamente genuína )perturbe certezas feitas.

Discernimento, precisa-se.

1:08 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Para mim, tirar a vida a um feto ou embrião é exactamente o mesmo que tirar a vida a um recém-nascido quer saudável quer doente ou a uma criança de 1, 2, 3 anos e por aí fora. Sem tirar nem pôr. Para mim não há qualquer diferença. Só por estar ainda no útero da mãe, quer dizer que não tem direito a que seja cumprido o respeito pela sua dignidade humana? Matar o feto e vendo as formas como o fazem é das maneiras mais indignas de morrer e era certamente inconcebível fazer isso numa pessoa.
Então e quando uma criança saudável de repente sofre uma doença ou um acidente e fica com sequelas irreversíveis? O papel dos pais não é abandonar e desligar-se, normalmente continuam a lutar e a ter esperança e por vezes nem são aqueles que têm menos recursos que cuidam pior - esses muitas vezes até cuidam melhor.
A mãe,uma mera incubadora? Nunca! Que comparação! Então a mãe pode matar o fllho porque acha que não é uma incubadora? E não é. É a MÃE, uma pessoa tão importante para a criança e com quem esta estabeleçe laços que são recíprocos e é por eles serem tão fortes que a mãe tem o tal sentimento no momento do aborto,de que todos tanto falam, mesmo quando a criança não é desejada - uma marca que fica para sempre e que não esquece, uma ferida não só física mas muito mais psicológica, deve ser uma angústia tamanha e indescritível. Por isso a prevenção teria que ser mais eficaz e detectado o maior número de situaçoes de risco. As "grávidas de risco", deveriam ter o máximo de apoio logo desde a fase de maior desespero adequado a cada situação pois cada caso é um caso e cada pessoa é única.

4:28 da manhã  
Blogger José Brito,sj said...

Bluesmile
A minha proposta é a seguinte:
espero, em breve, escrever um textos sobre o embrião humano. nessa altura discutimos esta questão aprofundadamente se entenderes isso como útil.
quando o vou escrever?
não sei... preciso de prepará-lo com calma.
abraço

1:01 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

xSaid:

Não és mãe.Nunca estiveste grávida.
Não sabes o que é gerar e parir um filho.
Não sabes o que é perder um filho.

Se tivesses essa vivência da tua carne, das tuas entranhas, da tua alma e dos teus afectos, nunca, mas nunca mesmo, escreverias que

"tirar a vida a um embrião é o mesmo que tirara a vida a um recém nascido saudável ou doente".

ESte tipo de discursos podem ser determindo pela ignorãncia misturada com boa fé ou por uma ingenuidade infantil que até compreendo.
Revela apenas ingonrãncia - as pessoas não sabem do que falam, quando debitam chavões deste tipo.

Mas , objectivamente, são um insulto para qualquer mãe. Sobretudo as que viram morrer um filho , gerado e parido das suas entranhas.
Não insultem mais as mulheres.

Zé Maria :
Fico á espera do teu teu texto sobre o estatuto antropológico do embrião. Mesmo sabendo que não é isso que se discute no referendo.
Com estima

Bluesmile.

2:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Pode estar muito enganada quando afirma:
"Não és mãe.Nunca estiveste grávida.
Não sabes o que é gerar e parir um filho. Não sabes o que é perder um filho."
Para já não dei confiança para o tu cá, tu lá.
Tem o dom de adivinhar?
Pois esse dom está a funcionar mal.
Tirar a vida a ... e perder um filho não se compara, são coisas diferentes. Quem perdeu um filho por situação de doença ou acidente não lhe tirou a vida.
O método e técnica como fazem o aborto é um completo acto de cobardia de quem o faz e de desrespeito pela mãe. Quem teria coragem de mudar o método e abrir a barriga da mãe anestesiada, tirar de lá o feto direitinho e com vida e depois despedaçá-lo com as próprias mãos? No fim das contas, é isso que a técnica faz(para não falar de outras técnicas) e o efeito seria o mesmo. Alguém seria capaz? Não acredito, mas não vejo qualquer diferença no processo e no efeito.
É um desrespeito pela mãe.

5:16 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

xsaid:

És Mulher?

Já engravidaste e pariste?

Já perdeste um filho?

Sim Ou não?

mais uma vez , repito estás a insultar TODAS AS MÂES que perderam um filho , por doença acidente ou outras circunstãncias.

9:06 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

Nota marginal - Porque será que o elemento classista, mais ou menos epidérmico surge sempre como "argumento" nestas temáticas face aos defensores da condenação de mulheres a penas de prisão? O David fala no "meio a que pertence", como se não fosse possível contactar e abracar outros meios que não o de pertença, o xsaid empertiga-se com a aproximidade do tratamento, porque quando toda a gente sabe que o tu é o mais possidónio possível, sei lá!, e aqui e ali nota-se um tom de "erudição" pretensiosa de quem tem a a posse da verdae absoluta.
SEjamos claros.
EStamos entre iguais.

9:16 da tarde  
Blogger n said...

Bluesmile, não me leve a mal, mas seguindo a sua forma de pensar, perguntava-lhe então:
É porventura você TODAS AS MÃES que perderam um filho, por doença acidente ou outras circunstâncias?

9:26 da tarde  
Blogger n said...

Já agora, eheh, que noto que deve estar online e li a sua nota marginal, o facto de tratar por "você" é porque fui habituado a tratar assim alguém mais velho. Como não sei a sua idade... assumi que o era, para o caso de o ser realmente.

9:33 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

n:
Ès o x.said? ( Esta confusão de identidades e a dificuldade em manter padrões...)

Não faço ideia da tua idade, mas se de facto és assim tão jovem, confirma-se a minha impressão inicial de que certos chavões resultam de "ignorãncia misturada com boa fé ou por uma ingenuidade infantil ".
E confirma-se claramente o que eu previa - não és mulher, nunca engravidaste e nunca tiveste filhos, o que explica em grande parte os "chavões" que debitas sem pensar.
Posto isto, autorizo-te a tratares-me por tu, apesar de eventuais diferenças de idade ( entre outras).
Dou-te sem problemas " a confiança para o tu cá, tu lá.", que tão "educadamente" parecias renitente em me conceder.
E não , não represento todas as mulheres. Nem tu todos os embriões.

10:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

X. não é pessoa da elite nem tão pouco "TIA". Respeita essas pessoas mas não é assim nem gosta de se fazer passar por elas. Trata por tu quem para si é de tratar por tu. Mas nem é o "tu" pois ´não acha que seja desrespeito , mas sim o tom de provocação e desdém. Parece que gosta de fazer lavagens cerebrais às pessoas.

"Sim ou não?". O mais certo é que não acredite na resposta. Mas também não respondia pois ia gerar-se uma discussão despropositada para dar continuidade às interpretações erróneas e deturpadas que estão a ser feitas.

E a idade pode não estar nada relacionada com infantilidade e infantilidade. Quantos jovens têm vivências difíceis e experiência de vida que lhes dão já uma maturidade e responsabilidade fora do comum para a sua idade? E há tanta gente que chega a uma certa idade e sente que nada viveu, que nada aprendeu ou que não significou nada para ninguém?
Mas X. não é assim tão jovem, nem por sombras!
Boa noite e sonhos tranquilos!

11:27 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

E que fique claro: o X. não é o n.

11:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não confundir X. e n letras diferentes, OK.
E também X. (uma pessoa) não é n (outra pessoa). Esclarecido.

2:46 da manhã  
Blogger BLUESMILE said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

10:28 da manhã  
Blogger BLUESMILE said...

EScreveu o N, aliás o X.said ( que definitivamente é do sexo masculino ):


Citação:
"o facto de tratar por "você" é porque fui habituado a tratar assim alguém mais velho. Como não sei a sua idade... assumi que o era, para o caso de o ser realmente... "

Para mim, deve ser um caso de identidade múltipla.
O que começa a ser recorrente em "debates" deste tipo. A mesma pessoa debita a mesma opinião com "nick-names" diferentes, de preferência na mesma caixa de comentários. O objectivo é parecerem muitos.
Ou então traduz uma certa confusão emocional argumentativa.

Mas voltemos ao que interessa.

A um debate "para além dos chavões e da demagogia", como pediu o David.

Dizer que a "morte" de um embrião de 3mm ou a morte um filho recém nascido é precisamente a mesma coisa insere-se nesta categoria da demagogia, do absurdo e dos chavões repetitivos.
Uma mentira muitas vezes repetida não se tranforma em verdade.

10:34 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Definitivamente está a pôr-se a adivinhar. Não afirme certezas do que não sabe nem pode saber.
Dupla personalidade? Quem exerce a profissão de enfermagem é alvo de constantes avaliações de atitudes, de saberes,.... Acha que já não teriam percebido depois de tantos anos de convívio e de avaliações? Só quem conhece BEM as pessoas pode avaliar a sua personalidade.
X. É SEMPRE A MESMA PESSOA.

E X. NÃO DISSE NUNCA QUE : a morte de um embrião e a morte de um filho recém-nascido é precisamente a mesma coisa.
DECIDIR "TIRAR A VIDA A ....", isso foi o que eu disse, a mãe ou os progenitores decidirem tirar a vida a ...qualquer que seja a razão. Ou o feto não é filho na mesma?
É fácil pegar em frases soltas daquilo que os outros dizem e ainda por cima deturpar o significado. Da minha parte não estou nem quero obrigar ninguém a aceitar os pontos de vista. E o que escrevi está muito claro e acho que toda agente percebeu. Agora, quem lê com segundas intenções e calculismos arranja sempre forma de tentar dar a volta. É pena! Espero que não se comece a entrar na paranoia.
X.

2:38 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

Não, não é a mesma coisa.

A "morte" ( acidental ou mesmo intencional) de um embrião de 3mm não é a mesma coisa que a morte de uma pessoa humana, de um bebé ou deuma criança.

Nem do ponto de vista biológico, nem antropológico, nem jurídico.

E quem o afirma como certeza definitiva está a fazer demagogia.

Se tens conheciemntos na área da saúde deverias saber isto.

Podes escrever uma mentira mil vezes que não se transforma em verdade.

Mas Compreendo que queiras defender que as mulheres que abortam são umas homicidas e por isso devem ser condenadas a penas de prisão...

3:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A morte ? Claro que não é a mesma coisa.
Mas, MATAR É SEMPRE MATAR. MORRER É MORRER. A morte é o resultado que sempre se tenta ao máximo evitar. Quem executa o aborto mata, a começar pelos médicos; aí a puniçao deveria ser severa, pois esse não deve ser o papel do médico.
e NUNCA DISSE que as mulheres são umas homicidas quando abortam nem que devem ser condenadas a penas de prisão. Elas devem é ser ajudadas e esclarecidas e ser-lhes dada a oportunidade de terem outras alternativas que lhes façam recuar na decisão de tirar a vida a um filho; quando as pessoas estão envolvidas numa causa e se empenham efectivamente há sempre forma de ajudar e de esclarecer.
O que disse está no meu primeiro comentário: « não está certo condenar a mulher da forma como se faz, mas o que é certo é que pôr fim à gravidez seja em que tempo for não é nada mais nada menos que um assassínio e quem deveria ser punido severamente são aqueles que o executam a começar pelos médicos. »
E NOUTRO COMENTÁRIO ACRESCENTEI:«...a MÃE, uma pessoa tão importante para a criança e com quem esta estabeleçe laços que são recíprocos e é por eles serem tão fortes que a mãe tem o tal sentimento no momento do aborto,de que todos tanto falam, mesmo quando a criança não é desejada - uma marca que fica para sempre e que não esquece, uma ferida não só física mas muito mais psicológica, deve ser uma angústia tamanha e indescritível. Por isso a prevenção teria que ser mais eficaz e detectado o maior número de situaçoes de risco. As "grávidas de risco", deveriam ter o máximo de apoio logo desde a fase de maior desespero adequado a cada situação pois cada caso é um caso e cada pessoa é única. »
É SABIDO QUE UMA PESSOA EM FASE DE DESEPERO EM QUE LHE PARECE QUE TUDO ESTÁ PERDIDO E NÃO TEM OUTRA SOLUÇÃO, SE NÃO FOR AJUDADA, PRECIPITA-SE QUANDO ATÉ PODERIA HAVER SOLUÇÃO - ISTO É QUE FALHA POIS AINDA NINGUÉM SE EMPENHOU VERDADEIRAMENTE EM DETECTAR AS SITUAÇÕES DE RISCO PARA PREVENIR E EM DAR APOIO QUANDO A SITUAÇÃO JÁ SE INSTALOU.
Mas também há muita gente que decide friamente que não quer aquele filho e pronto. Muitas vezes só por capricho acontece o que já se sabe. Quantas há que acham que não nasceram para ser mães e não querem mesmo e têm um acidente de percurso? Mesmo com informação, mesmo tendo recursos e apoio para criar aquele filho? tudo bem que os métodos falham, a criança poderia não se sentir desejada, mas quem pode garantir que uma criança vai ser mais ou menos feliz? Se estiver tudo planeado para que seja feliz, se for essa a vontade dos pais,... issso garante que não vai haver problemas? Seria um grande número de mortes, para não falar de outros casos em que se poderia mesmo evitar uma gravidez. Não seria mais fácil decidirem acabar de forma radical com a possibilidade de terem filhos? Há tantos métodos para isso! É só ir a uma clínica ou a um hospital e evitam logo maiores sofrimentos. Já que é ponto assente que não querem mesmo ter filhos...É só uma sugestão mas que diminuiria dráticamente o número de abortos e evitava o dilema de decidir tirar ou não a vida a um filho acabado de conceber.

X.

5:20 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

Caro X:
Analisemos as incongruências:

1 - Citação " NUNCA DISSE que as mulheres são umas homicidas quando abortam nem que devem ser condenadas a penas de prisão."

POsso presumir então que não concordas com a condenação de mulheres a penas de prisão???????

Vais votar SIM no referendo?

a) Disseste claramente que "matar" um embrião é a mesma coisa que matar uma pessoa humana .

b) Também disseste que quem mata uma pessoa humana comete um assassínio, um homicídio.

c)Segundo o nosso Código penal, o Homicídio é punível com pena de prisão com uma moldura penal que pode ir até aos vinte e cinco anos.

d) Logo, as mulheres que praticam um aborto são homicidas e devem ser punidas com pena de prisão.
Não é possível retirar outra consequência face ao pressuposto anterior.

Aliás se houvesse um mínimo de coerência no teu discurso, a pena de prisão deveria ser exigida com todo o rigor e o agravamento da moldura penal também.

Alguns de nós ficaria indiferente se houvesse em portugal 40.000 infanticídios por ano e nem uma condenação a penas de prisão?

Algum de nós seria capaz de assinar um pedido de suspensão de todos os julgamentos para os assassinos de crianças de dois anos??

Não, pois não?

Então porque é que a mioria das pessoas em portugal ( e o X incluído) considera que as mulheres não devem ser punidas nem condenadas quando abortam em fasees muitíssimo iniciais de uma gravidez?

Será porque a sua consci~encia ético jurídica lhes diz que não estamos, definitivamente, face a um homicídio???



e) Um argumento, que usas, X, de uma forma confusa é que não se deve deve punir com prisão as mulheres mas os médicos que fazem o aborto.
Sumariamente - do ponto de vista jurídico, esta opção é impraticável. O Direito Penal é um todo coerente e baseia-se em princípios lógicos - não s epode legislar uma coisa e o seu contrário.


Aliás, como sabes, a prática de aborto em fases muitos iniciais faz-se por processos químicos. Basta ingerir certo tipo de fármacos.E quem ingere é a mulher, conscientemente.Não é preciso nenhuma intervenção alheia, de terceiros para abortar nas primeiras semanas, como também deves saber.

Por tudo isto, não pode haver meios termos - se o aborto é um crime de homicídio em qualquer circunstãncia, deve ser sempre penalizado.

7:00 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

Tirando isto , concordo em absoluto com tudo o que ecreveste sobre a prevenção de gravidezes não desejadas e sobre o apoio incondicional a mulheres em risco.
Concordo a 100%.

7:02 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Acha o Direito Penal coerente e lógico? é tão coerente e tão lógico que protege bem os mais fortes e aqueles com mais estatuto e tantas vezes condena inocentes. Há tanto que é encoberto e tanta hipocrisia.

A solução não está em prender as mulheres nem em deixar que se aumentem os abortos.
Antes disso há muito a fazer para combater o NÃO À VIDA, e para que o SIM À VIDA tenha o valor que lhe é devido.

E é fácil para quem lê, ver incongruências em frases soltas.

Isto não vai lá com prisões das mães nem com mortes dos filhos. As leis são sempre objectivas e frias de mais nestas questões tão delicadas. Eu não concordo que se possa praticar o aborto em qualquer fase da gestação. Não se deveria praticar em nenhuma, nem pela mãe nem por terceiros. E quando falei em matar não me referia às questões legais e a penas mas sim ao significado que a palavra encerra e à "coragem" que se tem para cometer o acto mesmo que seja numa fase inicial da gravidez. Sem querer ser tendenciosa nem apontar o dedo a ninguém nem sequer criticar, não sei como se é capaz de tal acto sabendo que há uma vida humana em desenvolvimento.

9:28 da tarde  
Blogger BLUESMILE said...

Não sabes.
Ñinguém sabe.
Ninguém sabe se não faria o mesmo se estivesse precisamente nas mesmas circunstñcias...

3:21 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

bluesmile, e a todos que por um acaso estejam a ler:

Por isso é preciso e urgente, tem que haver e pode haver uma forma, resultante de toda uma acção conjunta que dê soluções às pessoas para que não precisem de recorrer ao aborto, neste caso concreto das 10 semanas e por tudo o que já foi dito. E quem sabe se serão mesmo 10 semanas? Muitas vezes não se consegue saber com certeza, faz-se um cálculo não é verdade? Até no exame ginecológico ou por ecografia.
Despenaliza-se (se esse for o resultado) mas continua a ser necessário que se planeiem e implementem medidas para que as pessoas recorram a opções que sejam benéficas para e para que não continuem a recorrer ao aborto pois a haver a despenalização vão haver muito mais; não consigo crer que passem a haver menos.
Claro que estas medidas têm também que se pôr em prática no caso de não ser aprovada a despenalização, isso é lógico, uma vez que o problema de raiz continuaria.
Há que dar solução às causas principais – claro que são de difícil resolução e isto já nem deveria acontecer, mas não pode continuar a acontecer que principais responsáveis como no caso de violadores fiquem tantas vezes ficam impunes. O ideal seria que as violações nem sequer existissem, isso está fora de questão para todos nós. Por isso quando há suspeita ela tem que ser denunciada começando por cada cidadão em particular para ser avaliada devidamente e com verdade, a situação. Passando por quem tem um papel decisivo a este nível, ou seja organizar e fazer uma avaliação eficaz para detectar potencias riscos como desvios comportamentais detectando potenciais violadores (que são de vários tipos entre os quais os pedófilos): têm que ter uma acção decisiva Centros de saúde, médicos, hospitais, visitas domiciliárias de enfermagem à família, instituições especialmente destinadas a este fim, etc.
Por outro lado, não se despenaliza, mas quem fica a principal penalizada é a mãe, pois consoante o resultado se não se despenalizar, penaliza-se – e quem? A mãe (que muitas vezes não decidiu sozinha). E o pai que muitas vezes também decidiu? E terceiros, que executam o aborto, sejam médicos ou enfermeiros ou outros, ficam impunes? Claro que não é correcto.

O voto implica que tem que ser “ isto ou isto” e o resultado dará uma solução que em qualquer dos casos o mais certo é que não seja eficaz.
Mas, e falo por mim, quem se opõe a que se tire uma vida humana por cada aborto que se pratique e quem se opõe a que continuem a haver mentalidades que se acomodam e não fazem nada, não pode ajudar a que, a haver o referendo, seja aprovada uma lei que vai conduzir precisamente a isso. Não se sabe o futuro, mas não consigo acreditar que isso não aconteça.
Sei que ninguém quer deliberadamente que aumente o nº de abortos e que todos querem que hajam mudanças mas a lei … É realmente muito complexo.

Não queria de todo estar a ser repetitiva mas, e pelas razões que já tenho vindo a referir noutros comentários meus: a mulher e o homem poderiam em situações concretas ( quando não querem mesmo ser pais, quando já têm muitos filhos, ou não podem mesmo devido a alguma circunstância, etc) evitar ser penalizados indo por exemplo a uma clínica ou hospital eliminando de forma radical a possibilidade de ter filhos; pessoas em situação vulnerável (incluindo pai e mãe em situação de pobreza, etc. quando a decisão é dos dois podendo estar ou não juntos; quando a mão foi sujeita a violação, a decisão é muito “delicada” por tudo o que envolve, o que não significa que algumas mulheres não queiram ter a criança e decidissem ter vendo que podem ter condições para isso – e isto não é compactuar com as violações) – considerando que aceitavam os esclarecimentos, ajudas, etc , também não precisariam de se submeter a serem penalizados pois o mais certo seria recuar na decisão de abortar e decidir ter o filho.

Isto reduziria em muito as “mulheres penalizadas” e tenho que falar assim já que querem pôr a lei nestas condições.
E reduziria muitos abortos clandestinos certamente!!!

Tudo isto porque não posso deixar de votar sabendo que poderá ser aprovada uma lei que possa tornar (e o mais certo é que seja) muito mais que “meio caminho andado” para que continue e até aumente a interrupção da vida humana que está em desenvolvimento.
Todos sabemos que as soluções para diminuir os abortos não são fáceis, mas a meu ver como de muita gente, não podemos ajudar a que aumentem.
X.

10:18 da tarde  

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